O próximo sábado, 04/02, será marcado pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer. Para marcar a data – instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – e intensificar a reflexão, o oncologista e coordenador científico da Clínica de Oncologia da Unimed, Stephen Doral Stefani, escreveu um artigo sobre o tema. Confira:
Contra o câncer
por Stephen Stefani*
Outubro é rosa. Novembro é azul. As cores têm ocupado estes meses para lembrar da importância de se encarar o problema do câncer, tanto o feminino, representado pelo câncer de mama, como o masculino, pelo de próstata. As estatísticas crescentes corroboram a nítida percepção de que quase todos nós somos tocados pelo câncer, em familiares ou amigos. E a estimativa é que, até 2030, o câncer seja a principal causa de morte no planeta.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a incidência pode reduzir em 30% evitando fatores de risco como obesidade e excesso de uso de álcool.
O engajamento em campanhas de conscientização tem crescido, mas ainda é muito mais rico em redes sociais e outras mídias do que em medidas práticas. Muitas mulheres com mais de 40 anos ainda não fizeram sua mamografia, porque cometem o erro de achar que não ter sintomas ou história familiar dá proteção suficiente. Muitos homens sequer fazem revisão médica porque não acreditam que possam ficar doentes. O acesso a tratamentos no sistema público é demorado e incompleto. Os preços de novas drogas são quase inviáveis para o orçamento disponível para quem não tem um plano de saúde.
A realidade, portanto, não é tão colorida.
Mas estamos avançando. Tratamentos tóxicos estão sendo muito mais bem tolerados e doenças até recentemente incuráveis estão sendo curadas. Tecnologias de ponta, com controle de aderência e qualidade já existem em nosso meio. As pesquisas científicas estão mais próximas de todos e falar sobre a doença já não é tão assustador. Mas precisamos de mais medidas práticas. Iniciativas de arrecadar recursos para pesquisa como o Projeto Cura (http://projetocura.org/), que permite doações dedutíveis de imposto de renda, oferecem esperança de ver um futuro menos devastador. Pessoas estão sobrevivendo e lutando para que os próximos também tenham acesso a esses avanços, em uma corrente que mostra que o ser humano é muito melhor do que muitas vezes pensamos.
*Além de coordenar científico da Clínica de Oncologia da Unimed, Stefani é pesquisador e autor de dezenas de artigos e livros no Brasil e no exterior, e já ministrou aulas e conferências em mais de 20 países e universidades, incluindo Stanford e Harvard (EUA) e Oxford (Inglaterra).
É gratuito e saudável.