Ruídos do nosso motor
Neste Dia Mundial do Coração (29 de setembro, domingo), saiba mais sobre o sopro cardíaco
09 de outubro de 2013
Sopro no coração. O diagnóstico pode até assustar, mas se você procurar mais informações sobre o assunto, vai descobrir que nem sempre ele é motivo de preocupação. Em algumas pessoas, o fluxo de sangue – através das estruturas do coração – pode produzir um ruído conhecido como “sopro cardíaco”. É como se fosse aquele “barulhinho estranho” que às vezes ouvimos no motor do carro. Existem dois tipos de sopro: o benigno, também chamado funcional ou fisiológico, que é citado pelos médicos como sopro inocente (já que não está relacionado a nenhuma doença) e o sopro patológico, que aparece em decorrência de defeitos no coração.
O cardiologista João Lourenço Feldens, de Lajeado, diz que não existe explicação precisa para o aparecimento de sopros fisiológicos, que são comuns, principalmente em bebês e crianças. “Cerca de 50% das crianças saudáveis apresentam sopros inocentes sem nenhuma outra alteração e com desenvolvimento físico normal. O sistema circulatório dos recém-nascidos passa por modificações e podem ocorrer sopros que desaparecem em alguns dias”, explica o médico cooperado da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo. Já nos adultos, conforme o cardiologista, predominam os sopros que aparecem como complicações de doenças provocadas pela febre reumática ocorrida na infância, que também pode afetar o sistema nervoso central e o sistema osteoarticular.
Os sopros patológicos podem ser congênitos ou adquiridos. Os congênitos, que se manifestam no momento do nascimento, são provocados por defeitos que atingem estruturas do coração. Nas causas adquiridas, a febre reumática é a responsável pela maioria dos casos. Ela é provocada por uma reação imunológica do organismo a componentes do estreptococo, uma bactéria que, em geral, infecta a garganta das crianças. “Há também as doenças degenerativas, que não se manifestam na infância e que podem causar sopro cardíaco nos adultos”, ressalta o médico cardiologista.
Sinais
Na maioria das vezes os sopros são identificados através das características do som. “Crianças com sopros fisiológicos não apresentam sintomas. Existem cardiopatias mais graves que se manifestam com a presença de cianose (mãos, língua e lábios roxos), um sinal de que o sangue está circulando com baixa oxigenação. Nesse caso é necessário atendimento médico imediato. Existem cardiopatias que se manifestam com falta de ar, limitação às atividades habituais e dor no peito”, explica o especialista. Há casos, portanto, que exigem exames complementares para que se tenha um diagnóstico correto. O ecocardiograma é um exame de referência simples, indolor, que fornece informações sobre o fornecimento do coração.
Crianças
Não se apavore se seu filho recém-nascido ou mesmo em idade pré-escolar recebeu o diagnóstico de sopro. Ele pode ser inocente e desaparecer espontaneamente com o decorrer do tempo. O mesmo acontece com pequenos sopros que os recém-nascidos apresentam e desaparecem em alguns dias depois do nascimento.
As amidalites na infância podem ser as causadoras de lesões valvares importantes na idade adulta (febre reumática), portanto não suspenda o antibiótico antes do prazo recomendado pelo médico, mesmo se a dor e a febre tiverem passado. “Quando a cardiopatia na criança é grave e exige cirurgia, os equipamentos hoje em dia permitem realizá-la logo que o bebê nasce”, garante o médico.
Para a maioria das cardiopatias congênitas, o tratamento é cirúrgico, o qual só não é indicado quando o defeito é leve e sem riscos para o coração. Atualmente também é possível ter o diagnóstico precoce através do ecocardiograma fetal (intrauterino).
Categoria: Unimed VTRP