Água para consumo após enchentes
Mitos, verdades e cuidados essenciais
13 de junho de 2024
Após o período de enchentes, a qualidade da água para consumo torna-se uma preocupação crucial. A água contaminada por esses eventos climáticos extremos pode acarretar uma série de doenças parasitárias, sendo essencial conhecer os mitos, verdades e cuidados necessários para garantir a saúde.
Identificar a contaminação da água é fundamental. Alterações no odor e na coloração são indicativos claros de sua impossibilidade de consumo. Caso ocorra a ingestão de água contaminada, é imprescindível estar atento aos sintomas que podem surgir:
- Dor abdominal ou cólicas;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Diarreia aguda ou persistente, aquosa ou com muco;
- Barriga inchada;
- Dores no corpo, de cabeça ou nos olhos;
- Perda de apetite;
- Febre;
- Mal-estar geral.
Em situações mais graves, como vômitos intensos ou diarreia persistente, a desidratação pode ocorrer, manifestando-se através de sintomas como cansaço, sede intensa, boca seca, redução da produção de urina, cãibras ou diminuição dos batimentos cardíacos. Nestes casos, buscar imediatamente assistência médica é essencial para iniciar o tratamento adequado.
Água da Aegea/Corsan
Contudo na grande maioria das cidades do Rio Grande do Sul, o abastecimento de água é fornecido pela Aegea, controladora da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) desde 2023. Antes de ir para as torneiras, o tratamento é realizado com base em padrões nacionais e internacionais de qualidade e segurança. Por isso, quando o abastecimento é restabelecido, é seguro consumir essa água nas residências.
Em 9 de maio, a Companhia publicou no site e redes sociais. “Estamos restabelecendo o abastecimento nas cidades atingidas pelas cheias. A água que chega às torneiras é tratada, passa por análises e rigoroso controle de qualidade nas estações de tratamento”.
A mensagem visa tranquilizar a população em função de notícias falsas compartilhadas sobre a qualidade da água da Companhia nas últimas semanas.
Por isso, os cuidados descritos no texto abaixo se referem a locais onde não há tratamento de água pela Aegea/Corsan.
Locais onde não há tratamento de água
Para tornar a água própria para consumo, diversos métodos de tratamento podem ser empregados:
- Fervura: ferver a água por no mínimo 5 minutos e consumi-la dentro de 24 horas;
- Hipoclorito de sódio (2,5%): adicionar 2 gotas por litro de água e aguardar 30 minutos para o produto agir;
- Desinfecção com hidrosteril, pastilhas clor-in, aquatabs ou iodo;
- Filtros e purificadores.
É importante ressaltar que água sanitária com alvejante e perfume não é indicada para o tratamento da água. Além disso, métodos como a desinfecção com iodo não eliminam o parasita Cryptosporidium sp.
Então as doenças associadas à água contaminada após enchentes são diversas e incluem hepatite A, giardíase, amebíase, leptospirose, cólera, ascaridíase, febre tifoide, malária, micose, toxoplasmose e tétano.
A hepatite A, por exemplo, é uma doença viral transmitida pela água contaminada. Seus sintomas incluem inflamação do fígado, urina escura, fezes claras, icterícia e febre.
Outras doenças como giardíase, amebíase e leptospirose também são comuns em áreas com condições precárias de higiene e saneamento.
Portanto, o tratamento para cada uma dessas doenças varia e deve ser orientado por um profissional de saúde.
Sendo assim, desde o uso de medicamentos antiparasitários até medidas de hidratação, o cuidado adequado é essencial para a recuperação do paciente.
A prevenção é a melhor estratégia contra as doenças transmitidas pela água contaminada após enchentes.
Além de tratá-la adequadamente, é fundamental investir em saneamento básico, higiene pessoal e vacinação, quando disponível.
Em locais onde não há tratamento de água, busque as autoridades locais para se informar sobre como proceder.
Portanto, a qualidade da água para consumo após enchentes é uma preocupação primordial para a saúde pública.
Além disso, conhecer os métodos de tratamento e os sintomas das doenças associadas é essencial para garantir a segurança e bem-estar da população em áreas afetadas por desastres naturais.
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