Cada vez mais as tecnologias vêm ganhando espaço. E os pequenos acompanham cada uma delas. São tablets, computadores, smartphones e outros tantos equipamentos eletrônicos. Para poder mexer, aprendem a digitar logo cedo. Em alguns casos, antes mesmo de entrar na escola e aprender a escrever. Mas até que ponto trocar a escrita pela digitação vale a pena? Segundo a BBC Brasil, a neurocientista cognitiva Karin James explicou que o uso excessivo de teclados e telas sensíveis ao toque, em vez da tradicional escrita à mão, com lápis e papel, pode prejudicar o desenvolvimento da criança, pois é fundamental para o avanço do cérebro infantil.     Em seu estudo, a americana comentou que, apesar de ainda não alfabetizadas, as crianças são capazes de identificar as letras, mas não sabiam como juntá-las para formar palavras. Além disso, desenvolver as habilidades motoras mais sofisticadas necessárias para escrever à mão pode ser benéfico em muitas outras áreas do desenvolvimento cognitivo, acrescentou a pesquisadora. Por isso, mesmo com tantos benefícios proporcionados pela tecnologia, com aplicativos que desenvolvem o raciocínio e ajudam no aprendizado, é importante dar destaque para a escrita à mão.     Parte essencial da cultura Apesar dos e-mails, mensagens de texto e computadores estarem praticamente enraizados em nossa cultura atual, ter uma boa habilidade de escrita manual ainda é necessário. Dominar as habilidades de escrita ainda deve ser um padrão de ensino fundamental básico, já que sempre foi parte essencial da cultura e da formação dos indivíduos. Mesmo com toda a tecnologia disponível, é imprescindível ter o hábito de usar papel, lápis e caneta. Escrever à mão envolve vários sentidos, além de ativar uma ligação direta com o cérebro, que recebe uma resposta das ações motoras juntamente com a sensação do toque do lápis e do papel para depois nossa visão reconhecer a letra caligrafada.     A ciência mostra que a escrita à mão também desenvolve músculos, articulações e que a caligrafia individual também pode revelar os estados nervosos das crianças. Além disso, é possível distinguir cada indivíduo pela sua caligrafia e até perceber a personalidade dos pequenos como a concentração e o estado emocional. Mais do que isso, a memória e a criatividade possuem uma relação direta com o movimento da escrita. Outro benefício da escrita à mão, também comprovado cientificamente, está relacionado ao aprendizado de novos idiomas. Essa ação torna-se mais simples e efetiva quando o aluno memoriza a forma da letra juntamente com a pronúncia e o respectivo movimento da mão. Mas como fazer para incentivar o aprendizado e prazer pela escrita à mão na era do teclado?     Ideias práticas para a escrita Uma ideia para incentivar a garotada é escolher uma letra do alfabeto para a prática e, em seguida, pedir que as crianças escrevam um trava-língua. Para que eles entendam o que você deseja, vale pesquisar alguns existentes e que passam de geração para geração. Depois disso, sugira a criação de novos, o que deve resultar numa grande brincadeira. Outra forma de estimular a escrita com as crianças é desenvolver um espaço só para isso dentro de casa. Por lá, deixe lápis coloridos, canetas e canetinhas, além de papéis com cores variadas, texturas e formatos. Mais do que um local agradável, o incentivo dos pais na escrita de bilhetes e cartinhas é fundamental. Deixe o acesso aos equipamentos eletrônicos em horários pré-combinados. Nas demais horas do dia, junte as crianças e leia um livro. Os que possuem forma de diário é uma alternativa bastante significativa para produção frequente de texto. Incentive que seus filhos tenham um diário e que escrevam nele de forma frequente. Com certeza ele vai melhorar a escrita e a atenção!