Depois de 2 anos no formato virtual, mais de 40 mil profissionais se reuniram em junho para a retomada das atividades híbridas do maior congresso de oncologia do mundo. Promovido pela Sociedade Americana de Oncologia (ASCO, American Society of Clinical Oncology, em Inglês), o evento aconteceu em Chicago, nos Estados Unidos. A responsável técnica pela Clínica de Oncologia Unimed, médica Bruna Fischer, participou do evento. O tema dos debates foi “Avançando no tratamento equitativo do câncer através da inovação”.
“As inovações apresentadas seguem no rumo da medicina personalizada, muitas vezes objetivando reduzir a intensidade do tratamento, ou aumentar, tratando os tumores que apresentam o mesmo estágio clínico, mas que são biologicamente diferentes, de forma diferente”, explica a responsável técnica pela Clinica de Oncologia Unimed.
Conforme Bruna, o uso de tecnologias como a biópsia líquida também vem ganhando espaço na seleção dos pacientes que poderiam se abster de quimioterapia, em alguns cenários de terapia adjuvante.
“A imunoterapia como estratégia terapêutica segue se mostrando bastante eficaz e sendo utilizada em cenários mais precoces, como na adjuvância e neoadjuvância. E o uso de novos anticorpos monoclonais e anticorpos conjugados que são moléculas criadas pela fusão de anticorpos a quimioterápicos vem se mostrando como estratégia alvo de grande eficácia e segurança em alguns subtipos de câncer”, complementa a médica.
A médica oncologista e hematologista salienta ainda que a seleção de estudos e novas drogas e tecnologia apresentadas na ASCO objetivam primariamente sua aplicabilidade, nem sempre no momento presente, mas possivelmente em um futuro próximo e de forma global.
“Vários estudos são conduzidos de forma e observar e encontrar maneiras de minimizar a desigualdade étnica, racial ou social de acesso ao tratamento”, salienta Bruna.
“Do ponto de vista econômico, é um desafio para qualquer sistema de saúde garantir que novas tecnologias sejam implementadas. De qualquer forma, não podemos esquecer que principalmente em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento ainda as estratégias de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce são bastante subutilizadas. Elas poderiam gerar um grande impacto. Um exemplo deste ponto é baixa cobertura vacinal contra o hpv em nosso meio”, finaliza Bruna.
A ASCO, é uma organização não-governamental fundada em 1964, que possui metas globais de melhoria no tratamento e prevenção do câncer. O evento reuniu nos Estados Unidos os maiores especialistas em oncologia do mundo. A programa contemplou desde sessões educacionais até revisão de condutas oncológicas e atualizações. A sessão plenária principal reuniu os quatro estudos mais importantes e que devem mudar a prática clínica.
Bruna salienta que os impactos da pandemia puderam ser observados, desde as discussões até sobre novos hábitos e condutas durante a programação.
“O evento primou pela organização e medidas que objetivaram a segurança dos participantes, como o fornecimento de máscaras e obrigatoriedade do seu uso dentro dos ambientes. Foi observada também a obrigatoriedade do esquema vacinal completo e o uso de botons sinalizadores que indicavam a opção de maior distanciamento, caso assim o participante desejasse”, explica Bruna.
É gratuito e saudável.